sexta-feira, 2 de julho de 2010

Viva a amizade

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.


Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. 


Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.

Deles não quero resposta, quero meu avesso.

Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco.


Quero os santos, 
para que não duvidem das diferenças e 
peçam perdão pelas injustiças.


Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.

Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.

Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. 
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.



Quero amigos sérios, 
daqueles que fazem da realidade 
sua fonte de aprendizagem, 
mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos nem chatos.

Quero-os metade infância e outra metade velhice!


Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
 

Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, 
crianças e velhos,  nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

(Loucos e Santos, de Oscar Wilde)

Vamos torcer pelo Brasil!