quinta-feira, 6 de maio de 2010

Hora de ser mãe

                      Toda a hora é hora de ser mãe. Todo o dia é dia de agir como mãe. Toda a vida é vida doada por aquela que se sente feliz por ser mãe e por ser geradora de seres humanos que os chama filhos e filhas. Mesmo não podendo gerar essas vidas pode e se sente feliz em assumi-las como suas.
            Aliás, a mulher que se orgulha em ser mulher sabe o quanto é maravilhoso ter em seus braços esses seres humanos gerados muitas vezes por mães revoltadas e que não os aceitaram, mas agora encontraram aceitação, acolhida, carinho e segurança. Verdadeira mãe não é apenas aquela que permite um ser humano vir ao mundo, mas aquela que se dispõe a educá-lo para o mundo e para seus respectivos desafios.
            O difícil está aqui. São muitas as mães que vivem apreensivas, com o coração na mão, e já um tanto exaustas por não saberem mais o que fazer com seus filhos e para seus filhos. Muitos sonhos já morreram. Sobrou o desânimo. Sobrou talvez a decepção de não terem conseguido a desejada convivência e a tão necessária atenção dos mesmos.
            São muitas as mães que se interrogam aflitas querendo saber por que os filhos não atendem, não obedecem e não seguem mais os conselhos dados com tanto carinho e com tanto amor. Gostariam, talvez, que esses filhos nunca crescessem, mas continuassem a vida inteira crianças para mais facilmente controla-los. Por isso é difícil, até doloroso, vê-los escolhendo caminhos próprios, seguindo outras idéias, outras doutrinas e outras crenças. Para muitas mães isso não cabe em suas mentes e muito menos em seus corações.
            É hora de ser mãe! É hora de pensar nos filhos não para si, mas para o mundo. Não para os planos pessoais, mas por aquilo que eles escolheram. Deixa-los livres para suas próprias escolhas e esmerar-se em respeitá-los e até incentivá-los a serem bem sucedidos, mesmo contrariando a vontade e os sonhos.
            Essa é a hora muito difícil de ser mãe. Mas é preciso ser para não acontecer aquilo que está acontecendo para muitas delas de terem que ver seus filhos engolidos pelas inundações das drogas e da violência, sendo arrastados para presídios ou sendo vítimas das guerras entre as gangues de traficantes.
            Essa talvez seja a hora mais amarga de ser mãe. Mas é preciso ser mãe. Não fugir. Não abandonar. Não se acovardar e nem desesperar. É hora de iniciar uma nova e sofrida gestação. É colocar-se nas mãos de Deus e pedir apenas que não lhes falte a luz e a graça para terem forças suficientes e, como Maria aos pés da cruz de seu filho Jesus, manterem a esperança e a confiança de que um dia haverá ressurreição e haverá nova vida e novas alegrias.
            Ser mãe bem que poderia ser para celebrar a honra de ver um filho, uma filha, subindo ao palco e recebendo o diploma de uma conquista. Ou acompanha-los em muitas outras conquistas e troféus e vê-los vencedores.
            Toda a hora é hora de ser mãe. Ser mãe que abençoa, que perdoa, que consola e incentiva. Ser mãe que reza, que agradece e bendiz. Ser mãe que chora e que ri. Ser mãe como Maria que guardava a dor no coração e revelava amor em toda a sua ação.
                                                                                                          
  Frei Venildo Trevizan

Nenhum comentário:

Postar um comentário