sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A Escolha Pessoal

O mês de agosto é celebrado pela Igreja como o mês das vocações. É um tempo oferecido para uma reflexão mais profunda sobre a escolha pessoal de realizar cada qual sua vida segundo as aptidões e decisões totalmente pessoais. Algumas pessoas já fizeram essa sua escolha. E agora estão trabalhando e cultivando de tal forma que vivem alegres e contentes em poder realizar algo pelo bem da comunidade.
 
Outras ainda não fizeram, mas estão pensando, buscando luzes e lutando para poder fazer essa sua escolha e tomar a decisão com segurança e equilíbrio. Não têm pressa. Preferem pensar melhor, estudar mais até ver com mais clareza o caminho a seguir. Outras talvez estejam agora amargando uma escolha mal pensada ou mal sucedida.
 
E passam a viver um dilema crucial. Não sabem se arriscam continuar nessa escolha, se abandonam essa e buscam outra, ou que outro rumo tomar. É muito dolorosa essa situação, pois deixa transparecer uma conflitante decepção, um doloroso desânimo, ou até uma sensação de fracasso.
 
E é difícil recomeçar. Mas não é impossível. Essa é a verdade: nada é impossível para quem alimenta uma esperança. E com ela pacientemente vai suportando as dúvidas, aceitando as incertezas e cultivando a fé naquilo que assumiu. É alguém que acredita que após uma noite escura virá um dia de sol; e após a tempestade virá um tempo bom.
 
É a escolha pessoal. É a força que todo o ser humano possui em seu interior. E apenas precisa ser colocada em ação para transformar os ambientes e circunstâncias. É uma força que assumida com entusiasmo torna a vida mais leve, alegre e feliz. Pois vê em si um permanente milagre de cativar, de influenciar e de criar um ambiente saudável onde todos se sintam irmãos e irmãs no mesmo nível de fraternidade.
 
É uma escolha pessoal que leva alguns a assumirem o sacerdócio ministerial, outros à vida religiosa, outros à vida matrimonial, outros como leigos consagrados e outros ainda como simples leigos engajados nas pastorais e movimentos eclesiais. Cada qual à sua maneira e de acordo com sua generosidade.
 
É muito triste viver ao lado de pessoas que se encontram insatisfeitas, desanimadas, ou oprimidas por alguma situação de medo ou insegurança. Pessoas que só sabem lamentar, reclamar e murmurar. São pessoas que sofrem terrivelmente em seu interior. E não percebem que estão cercadas de alegria, otimismo e entusiasmo. Encontram-se amarradas pela insatisfação e prisioneiras do pessimismo.
 
É hora de abrir o coração e contemplar os horizontes que estão a oferecer um novo sol, uma nova luz e uma nova esperança. É hora de se orgulhar pelas múltiplas possibilidades que se oferecem e se apresentam para transformar a vida e o modo de ser em vista daquilo que é possível ser.
 
Ser, não para si, mas para o mundo. Ser, não para os interesses egoístas, mas para gestos de generosidade e gratuidade. Ser, não para o orgulho, mas para a humildade e simplicidade no testemunho da fé, da esperança e do amor.
                                                                                 
 Frei Venildo Trevizan

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