domingo, 29 de agosto de 2010

Perdão!

Quando somos pequenos e aprontamos, nossos pais nos submetem a uma espécie de teatro - somos postos cara a cara com a "vítima" e pedimos desculpas, porém sem a mínima vontade. Nós esperneamos mas não tem jeito: vamos lá e interpretamos o papel de arrependido. Quando a situação era inversa, ou seja, nós éramos a vítima, relutávamos em aceitar a desculpa também, mas acabávamos falando que perdoamos, mesmo com uma raiva imensa pelo colega ter arrancado a cabeça do seu boneco favorito.Essas crianças crescem. Algumas aprendem a se desculpar e perdoar, enquanto outras continuam se movendo num jogo ridículo, pedindo desculpa por cortesia e perdoando por conveniência.Se o tema perdão fosse só isso, pessoas sinceras e pessoas desonestas,seria até simples. Mas o perdão é muito mais complexo.A começar pelas perguntas que martelam a nossa cabeça - quando perdoar? Quando pedir perdão?

Acho que o perdão, pra começar, só existe quando há sinceridade de ambos os lados. Quem errou tem que ter um arrependimento convicto, assumir que errou e se comprometer a não repetir o erro. Quem perdoa não deve guardar rancores: de nada adianta dizer que aquilo já passou mas ficar se remoendo e sofrendo por causa disso.

Tá, você já perdoou/foi perdoado?!

Mas e se aquela situação se repetir da mesma forma, com a mesma pessoa? Devemos aceitar as desculpas e nos machucarmos de novo? Ou devemos ser radicais e dizer: não, não posso tolerar isso?E quando conseguimos fazer a mesma besteira duas vezes?

O errado tem obrigação de se desculpar e não exigir que seja entendido. Livre-se do peso se desculpando e admitindo a culpa.

Para perdoar uma segunda vez, tem que haver uma força de vontade bem grande. Se valer a pena, deixe o tempo levar a ferida; mas se não for vantajoso se machucar de novo, não se culpe, porque o coração, uma hora, acaba se cansando de perdoar.O que importa é que nessas situações esqueçamos um pouco a cabeça, e sigamos um pouco nosso coração, até porque nessa hora ele é mais sábio.

Não é impossível que num certo ponto você pense: "eu estou errado", mas o coração diga "deixe de besteira, não se desdobre à toa!". Ou nossa cabeça diga: "Nunca poderei conviver sabendo que ele fez isso!", mas o coração diga "ele está arrependido. Uma segunda chance vale a pena".

Eu também passo bastante tempo pensando no que fazer, seja qual for minha situação.Mas só posso te dar uma certeza: analisando e pensando com cuidado, a decisão nunca será errada.Há um poema que circula na internet e eu recebi outro dia, sobre perdão. Achei lindo e repasso, mas advirto que o autor é desconhecido.

"O que é mais importante: Perdoar ou pedir perdão?

Quem pede perdão mostra que ainda crê no amor,

Quem perdoa mostra que ainda existe amor para quem crê.

Mas não importa saber qual das duas coisas é mais importante -

É sempre importante saber que perdoar é o modo mais sublime de crescer,

E pedir perdão é o modo mais sublime de se levantar."

Um comentário:

  1. Que bela reflexão Hanna
    Realmente é maravilhoso quando conseguimos ouvir nosso coração!
    Perdoar sempre garante uma imensa paz e tranquilidade não só para quem é perdoado mas sobretudo para quem perdoou.

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