sábado, 28 de agosto de 2010

Resgatar o papel da Pastoral das Universidades



Nem sempre evangelizar é uma missão fácil. Na verdade é uma tarefa árdua e complexa, mas muito rica.   Nos tempos atuais evangelizar é estar exposto a acentuações e traços diversificados trazidos até nós por uma cultura pós-moderna reinante.

Mas em todo caso, nós, da Pastoral Universitária, devemos encontrar caminhos para uma ação eficazmente evangelizadora que nos leve ao anúncio explícito de Jesus Cristo e o encontro com Ele. Não devemos, e nem podemos, ter medo de anunciar a Boa Nova de Jesus aos jovens de nosso tempo. Isso exigirá um esforço pastoral grande para estar junto aos jovens; suportando-os nos momentos de indecisão, ouvindo seus clamores e sendo presença em suas lutas e vitórias.

A Pastoral Universitária sempre foi, e deverá continuar sendo, um espaço propício para os jovens que buscam o fortalecimento de sua fé ou a descoberta dela. Deve estar aberta aqueles e aquelas que buscam refletir o problema religioso na perspectiva de uma ampliação de horizontes, uma vez que estão no mundo acadêmico. Portanto, fazem parte de uma “seleta sociedade de seres pensantes”.  

No centro da missão da Pastoral Universitária, encontramos essencialmente uma pessoa: Jesus de Nazaré. Neste sentido o nosso trabalho é colocar os nossos jovens não apenas em contato, mas em comunicação, em intimidade com Jesus Cristo. Isso de alguma forma deve ser palpável a toda e qualquer pessoa, pois o “Reino de Deus”, é o plano grandioso do Pai para a humanidade toda, o projeto anunciado por Jesus em um mundo reconciliado e fraterno, onde se realize os valores que o coração humano sempre sonhou: o amor, a vida, a verdade, a felicidade, a justiça e a paz.

A presença evangelizadora da Pastoral no meio acadêmico consiste em descobrir o evangelho já vivido, praticado, presente e atuante no mundo, inclusive, além das fronteiras confessionais da Igreja (Mc 9,39-40), e identificar sua eficácia.  O desafio é grande: hoje não é possível anunciar Cristo como salvador se não se comunica e se vive uma autêntica experiência de salvação.  Isso para nós é muito claro, ao pensarmos nossos objetivos e metas, fica evidenciada a urgência do “primeiro anúncio”.

Temos consciência de que devemos fazê-lo, no entanto, o anúncio cristão, aquele proposto por Jesus, não deve apresentar-se nunca com ares de imposição, menos ainda recorrendo à doutrinação ou ao proselitismo. Deve significar sim, uma oferta livre, um convite amoroso, uma proposta possível: “Vem e vê”. Isso não quer dizer que o dinamismo evangelizador diminua sua eficácia, mas que, esse mesmo dinamismo leve em conta, o realismo histórico, respeitando e dialogando com as novas coordenadas culturais.


Como disse anteriormente, é tarefa árdua. Nosso anúncio deverá ser realizado a partir dos valores, mas também das limitações institucionais que temos, sem sentimentos de revanche, sem espírito de cruzadas, ressentimento ou nostalgia do passado. Temos que nos apoiarmos numa atitude de verdadeira humildade e amor a nossa Igreja, relacionando-nos com o mundo numa perspectiva positiva com o mundo que aí está evitando demonizações e fáceis condenações, uma vez que, sabemos que esse mundo é criado e amado por Deus.

Tomemos, portanto, consciência de nosso papel no processo histórico, sem perder de vista a serena convicção de que é Deus, através do seu Espírito Santo quem move os corações, quem pode eficazmente converter as pessoas, e não nós. Por mais preparados que somos ou mais decididos que nos sintamos optar por Deus ou não, é sempre uma atitude pessoal.   Toda conversão à fé, toda abertura à palavra de Deus, é sempre algo inesperado, uma surpresa.

A nossa grande colaboração está justamente em testemunhar em nossa vida, a presença vivificante de Jesus Cristo, tornando-o mais conhecido, mais amado e mais assumido no meio acadêmico e na sociedade como um todo. A evangelização no meio universitário não é uma tarefa, mas sim a “Tarefa” que devemos com amor executar.
Frei Junio Cesar
Vigário da Paróquia Universitária

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