Um fracasso na carreira é desagradável, mas sempre se pode corrigir. No amor, as consequências podem marcar a vida inteira: eis a importância do período do namoro, uma etapa transitória, mas um passo fundamental na vida.
Entre os jovens, se valoriza a espontaneidade e a rapidez nas relações humanas. Trata-se de uma inclinação radicada no mais profundo do coração: toda pessoa sente o desejo de se pôr em contato com os outros, e se realiza quando se dá livremente aos demais. Uma frase, hoje propagada, diz: “tem que se deixar levar pelo amor...”. O amor parece tão fácil de cantar, tão evidente, e apesar de tudo, quantos fracassos!
Facilmente se corre o risco de crer que amar é só desfrutar. Esquecemos da fragilidade humana e de que somos feitos de barro. O amor verdadeiro é aquele que dura e faz feliz. Como diz uma canção do Roberto Carlos: “quando duas pessoas se amam, são as almas que se amam; portanto esse amor é eterno, pra sempre”. O amor autêntico tem sabor de eternidade.
Um jovem apaixonado carrega tantos sentimentos no seu interior: ternura, fascinação, admiração, tristeza pela ausência da pessoa amada... Já escutei tantas frases como estas: “o amor é mais forte do que a morte”, “sem você eu não poderia viver”, etc. São lindas expressões de um apaixonado, mas os sentimentos variam e podem até devorar a vocação ao amor. Quem depende deles, tropeça no caminho sem saber explicar a razão. É preciso distinguir o sentimento do amor: o sentimento acompanha, mas não é o amor. O amor é doação pessoal, é entrega livre àquele que se ama.
À diferença dos animais, Deus nos deu a inteligência e a vontade. Uma pessoa ama o que ela conhece, pois o amor é uma adesão da vontade à outra pessoa. Saber quem é o outro, onde mora, qual é a sua cor preferida, não basta; e pouco adianta se admirar de algumas qualidades isoladas de uma pessoa sem apreciar a sua integridade.
É preciso amar acordado! O amor quer ver a pessoa amada como ela é, inclusive com seus limites e dificuldades. A visão objetiva permite se colocar sobre os problemas e transformá-los em incentivos para lutar na superação dos mesmos. Um ser humano terá sempre imperfeições e sonhar com a perfeição do outro é só isso, um sonho.
A pessoa humana é um ser no amor e para o amor. Deus quer que cada um se dê conta de sua vocação. Tendo em conta a limitação da existência pessoal, o enfoque da vida deve ser Deus, que é a origem e a meta final da nossa vida. Ele é a fonte da vida e do amor, a Ele pertence o universo das alegrias e dos sofrimentos. Os jovens que têm fé apostam por algo mais alto que por si mesmos: enfocam sua vida para Deus.
Santo Agostinho, grande conhecedor do coração humano, advertia que “não existe um convite maior ao amor do que amar primeiro”. Os jovens que estão no período do namoro não podem só se olhar ternamente, mas também devem olhar o futuro.
A garantia de uma vida feliz supõe conhecer-se, aceitar-se e superar-se. É verdade que o amor muda muitas coisas, mas o matrimônio é para toda a vida.
Paulo Afonso dos Santos Tavares é acadêmico de Jornalismo na PUC – GO, e coordenador da Pastoral da Juventude de Trindade, e catequista de Crisma.
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